Objectivos

A uva, embora forneça apenas 70cal/100g, possui essencialmente glucose, frutose e fibras dietéticas, sendo ainda uma excelente fonte de vitaminas (C, K, B, E) e elementos minerais, nomeadamente zinco. Apontam-se ainda algumas características profilácticas da uva, nomeadamente, benefícios face a doenças cardíacas, cancro e doença Alzheimer.

O vinho é uma bebida obtida exclusivamente a partir da fermentação alcoólica do mosto da uva. Embora o vinho não constitua um alimento completo, o seu consumo moderado é benéfico para a saúde do consumidor, e participa na dieta da população portuguesa (com um consumo de cerca de 42 L per capita). Entre os efeitos favoráveis, quando consumido moderadamente, destaca-se: o efeito protetor contra os problemas cardiovasculares; a capacidade de favorecer a síntese em maior quantidade do bom colesterol (HDL); o carácter antioxidante; o efeito antimicrobiano, antiviral, diurético e eupéptico.

Paralelamente, o zinco detém um elevado potencial antioxidante, participando em processos de regulação enzimática, com benefícios reconhecidos face à dermatite atópica, distúrbios da próstata, gravidez, espermatogénese, alopécia, e osteopénia.

Acompanhando a tendência internacional para biofortificação de bebidas alcoólicas, a produção de uva biofortificada em zinco também poderá constituir um produto alimentar funcional, passível de consumo directo, e portanto com características nutricionais e profilácticas para a saúde pública, ou em alternativa com potencial para transformação em vinho na indústria agro-alimentar.

       

Nesta operação pretende-se o desenvolvimento de tecnologia para produção de uva biofortificada em zinco, para consequente produção industrial de vinho branco e tinto com teores máximos permitidos pela OIV (5 mg dm-3), de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as directivas da União Europeia.

Como não existe, em Portugal, uva biofortificada em zinco, neste projecto desenvolve-se um novo produto para introdução no mercado nacional e internacional, que implica a implementação de uma prática agrícola nova e adaptada às condições edafoclimáticas prevalecentes.

Considerando os subsequentes indicadores de competitividade elevada descriminam-se os seguintes objectivos ao nível da produção e transformação:

1. Otimização da resposta à biofortificação em zinco de 4 castas de videira (Fernão Pires, Moscatel, Castelão e Syrah), assegurando um elevado controlo de qualidade e considerando a interação entre os diferentes sistemas, nomeadamente as interações entre os genótipos de tomate e os tipos de adubação e momentos de aplicação.
2. Delineamento de um itinerário técnico para a produção agroindustrial de uva biofortificada em zinco destinada à vinificação.
3. Caracterização de alterações nutricionais associados à biofortificação em zinco da 4 castas de uva, considerando os requisitos industriais dos mercados-alvo, de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as diretivas da União Europeia para o sector.