Resultados / Relatórios

Relatório Técnico - Campanha 2018

Relativamente às amostras de solo do campo experimental do COTArroz, estas possuem uma condutividade de 223 µS cm-1.

O solo apresenta teores de Fe, Ca, K, Pb, As, S, P e Mn (0,22% - 0,32%; 0,14% - 0,45%; 2,31% - 2,66% e 8,94-14,00; 11,98-13,76; 24,70-994,72; 1343-1801,91; 0-1399, 30, respetivamente). A nível complementar aponte-se ainda que, embora as características físicas e químicas da água variem de forma heterogenia consoante o parâmetro considerado, trata-se de uma água que parece ter evolução desde a captação até à entrada do canteiro.

Considerando a influência do clima no processo de biofortificação em Se, no campo experimental subsistiram fatores atípicos na região, não sendo de excluir algum efeito prejudicial no metabolismo de acumulação de Se nos grãos. Aponte-se que durante a Primavera de 2018 a temperatura média do ar foi inferior ao normal, tendo-se constatado ainda que Julho foi o mais frio desde 2000 e Agosto o 2º mais quente dos últimos 8 anos (depois de 2003). Note-se, contudo, que tendo a sementeira iniciado no final de Maio, a quantidade de precipitação entre Março e Maio, foi 429 mm (i.e., cerca de 200 % do valor médio e foi a 3ª Primavera mais chuvosa desde 1931 (depois de 1936 e 1956).

O itinerário técnico de biofortificação em selénio adotou o conjunto de ações usuais na cultura de arroz (variedades Ariete e Ceres; genótipos OP1505 e OP1509). No campo COTArroz após sementeira efetuam-se 3 aplicações folheares com selenato e selenito de sódio (25, 50, 75 e 100g Se/ha-1). Dos resultados apresentados, pode concluir-se que é possível aplicar doses de Selénio até 100g Se/ha-1, na forma de selenato ou selenito. Apesar disso, a ausência de impactos negativos e/ou variações positivas nos parâmetros avaliados, dando conta do funcionamento da maquinaria fotossintética (inclusive da sua manutenção até mais tarde no ciclo de vida das plantas), apontam para vantagem da aplicação de selenato de sódio em Ariete, Ceres e OP1505 e de selenito de sódio em OP1509.

A ligação destes dados de ecofisiologia com, por um lado, a acumulação obtida de Selénio no grão de arroz e, por outro, a produtividade e qualidade alcançada (nomeadamente a quantificação de outros minerais, como o Zinco, e sua interação com o selénio), serão determinantes para perceber se os impactos positivos detetados ao nível do metabolismo fotossintético foram importantes ou, pelo contrário, negligíveis.

A conjugação destes resultados será, assim, determinante para aferição/confirmação do(s) composto(s) e dose(s) mais eficientes a serem adotados como prática corrente (e em próximos ensaios) de biofortificação destes genótipos, nestas condições edafoclimáticas especificas.

À colheita o índice de biofortificação média (considerando a totalidade dos grãos, com aferição por espetrofotometria de absorção atómica) em Se variou substancialmente nas diferentes cultivares e nos diferentes tratamentos. Perante aplicação de selenato de sódio oscilou, para a variedade Ariete (31-34ppm), Ceres (68-78ppm), genótipo OP1505 (33-40ppm) e OP1509 (17-38ppm). Neste enquadramento, verificou-se que mediante aplicação de selenito de sódio variou, para a variedade Ariete (29-83ppm), genótipo OP1505 (32-41ppm) e OP1509 (20-32ppm).

Aponte-se que as diferentes concentrações obtidas para os diferentes elementos minerais quando se utilizam técnicas de fluorescência por raios X ou espetrofotometria de absorção atómica, resultaram essencialmente de quatro fatores: a) diferentes métodos de preparação das amostras (desidratação ou digestão ácida) para subsequente quantificação dos elementos; b) heterogeneidade no processo de enriquecimento das amostras em Se (que irão determinar diferentes índices nas relações sinérgicas e antagónicas nos elementos minerais das amostras), pois durante o processo de pulverização a quantidade de selenato ou selenito de sódio que incide em cada planta poderá variar de forma substancial (o que determinará teores parcialmente diferenciados nas amostras do mesmo tratamento e que assim irão ser detetados durante o processo de quantificação); c) estando a absorção de Se condicionada pelos fatores ambientais (vento, temperatura, radiação solar, humidade do ar, etc.), diferentes graus de exposição das amostras de cada tratamento a estes fatores abióticos, pode favorecer a desidratação da solução de selenato ou selenito de sódio pulverizada numas amostras em detrimento de outras (num mesmo tratamento), condicionando assim a absorção de selénio; d) diferentes limites de deteção e quantificação em cada uma das técnicas utilizadas.

Considerando que a biofortificação em selénio se traduz no desenvolvimento de um produto para consumo humano com características funcionais no plano fisiológico (nomeadamente prevenção face à ocorrência de doenças cardíacas, declínio congnitivo, perturbações do metabolismo da tiroide, vários tipos de cancros, às doenças Keshan e Kaschin-Beck…), constatou-se que, uma eventual transformação no sector agro-industrial, deverá considerar que nas cultivares Ariete, Ceres, OP1505 e OP1509, o Se parece predominar. A utilização do sistema μ-EDXRF M4 Tornado ™ permitiu determinar as oscilações na acumulação de elementos minerais, com especial incidência no Se. Os níveis totais de Se oscilam, entre 0 ppm (no controlo) e 17,17 ppm (100g Se ha-1) mediante a aplicação de selenato de sódio e entre 2,01 ppm (controlo) ou 18,68ppm (100g Se ha-1) nos tratamentos com aplicação de selenito de sódio. Foram as cultivares Ariete, Ceres e OP1509 que revelaram teores de Se superiores mediante a aplicação de selenito de sódio enquanto que o genótipo OP1509 revelou teores mais elevados na aplicação de selenato. Detetou-se assim um incremento no teor de Se de cerca de 17 ppm e 16 ppm (relativamente à aplicação de selenato e selenito, respetivamente). Os micro e macroelementos nutricionais subsistiram ainda de variações apreciáveis na acumulação tecidular nos grãos de arroz de ambas as cultivares utilizadas.

Relativamente à quantificação de proteína, comparando farinha integral e refinada, os valores mais elevados foram registados na primeira, em genótipo OP1509. Na farinha refinada, entre formas de selénio aplicadas, não se verificaram alterações significativas. Verificou-se que a aplicação de selenito no âmbito da biofortificação incrementou a percentagem proteica do genótipo OP1505 em todas as concentrações na farinha integral e refinada. Equacionando as características físicas e químicas dos grãos à colheita, verificou-se que o peso e a densidade média, não variaram significativamente entre os tratamentos das variedades Ariete e Ceres bem como dos genótipos OP1505 e OP1509. O peso de mil grãos (PMG) mostrou-se concordante com a literatura, grão com casca apresentou maior peso e grão branqueado o menor peso. Relativamente ao efeito da aplicação das diferentes concentrações de selenito ou selenato no resultado do PMG, observou-se que a biofortificação, na maioria dos grãos, não influenciou significativamente o PMG, no entanto, no geral, as concentrações mais elevadas (75 e 100g Se/ha-1) induziram aumento do PMG.

A análise colorimétrica do grão e farinha de arroz, de acordo com a escala CIELAB, evidenciou a inexistência de variações significativas nos parâmetros L*, a* e b*. O brilho/luminosidade registou maioritariamente valores superiores a 50 o que revela amostras claras, em particular no grão e farinha de grão branqueado. Efetuando a análise colorimétrica de varrimento na região espectral do visível (450-650 nm), não se quantificaram, no espectro de radiação do visível, variações apreciáveis na transmitância colorimétrica do grão e farinhas de arroz entre os diferentes tratamentos, verificando-se um pico de absorvência nos 550 nm, que denota a tendência para a cor amarela, e um pico a 650 nm, com tendência para a cor vermelha.

Para ambas as variedades e genótipos não se verificaram diferenças significativas das percentagens de teor de cinzas entre as aplicações de diferentes concentrações de selenato e selenito.

Considerando os parâmetros analisados, os dados sugerem que no próximo ano de ensaio, se deve efetuar um delineamento experimental que considere a aplicação no campo experimental dos seguintes tratamentos: controlo e 300g Se ha-1, tendo em conta que a dose de 500g Se ha-1 apresenta efeitos fitotóxicos na planta, (mantendo 3 aplicações de selenato e selenito de sódio).

Relatório Técnico - Campanha 2019

A campanha agrícola do ano 2019 decorreu entre 04 de Junho e 23 de Outubro. Considerando a influência do clima no processo de biofortificação em Se, no campo experimental subsistiram fatores atípicos na região, não sendo de excluir algum efeito prejudicial no metabolismo de acumulação de Se nos grãos. O período de ensaio foi caracterizado por uma temperatura média máxima de 26oC e média mínima de 17oC, sendo os valores máximo e mínimo registados 35oC e 22oC, respetivamente. A humidade máxima do ar registada foi de 99 % e a mínima de 37 %, sendo a média dos valores máximos diários 84 %, e a média dos valores mínimos diários 43 %. A precipitação total acumulada foi de 0,5 mm (com um máximo diário de 24 mm), a que corresponde a média diária 0,49 mm.

O itinerário técnico de biofortificação em selénio adotou o conjunto de ações usuais na cultura de arroz (variedades Ariete e Ceres; genótipos OP1505 e OP1509). No campo COTArroz após sementeira efetuam-se 3 aplicações folheares com selenato e selenito de sódio (0 e 300g Se.ha-1). Dos resultados apresentados, pode concluir-se que é possível aplicar doses de Selénio até 300g Se.ha-1, na forma de selenato ou selenito. Apesar disso, a ausência de impactos negativos e/ou variações positivas nos parâmetros avaliados, dando conta do funcionamento da maquinaria fotossintética (inclusive da sua manutenção até mais tarde no ciclo de vida das plantas), apontam para vantagem da aplicação de selenato de sódio em Ariete, Ceres e OP1505 e de selenito de sódio em OP1509.

A ligação destes dados de ecofisiologia com, por um lado, a acumulação obtida de Selénio no grão de arroz e, por outro, a produtividade e qualidade alcançada (nomeadamente a quantificação de outros minerais, como o Zinco, e sua interação com o selénio), serão determinantes para perceber se os impactos positivos detetados ao nível do metabolismo fotossintético foram importantes ou, pelo contrário, negligíveis.

A conjugação destes resultados será, assim, determinante para aferição/confirmação do(s) composto(s) e dose(s) mais eficientes a serem adotados como prática corrente (e em próximos ensaios) de biofortificação destes genótipos, nestas condições edafoclimáticas especificas.

À colheita o índice de biofortificação média (considerando a totalidade dos grãos, com aferição por espetrofotometria de fluorescência de raios X) em Se variou nas diferentes cultivares e nos diferentes tratamentos. Perante aplicação de selenato de sódio oscilou, para a variedade Ariete (5,30-8,40 ppm), Ceres (6,96-10,1 ppm), genótipo OP1505 (6,46-11,9 ppm) e OP1509 (3,07-6,00 ppm). Neste enquadramento, verificou-se que mediante aplicação de selenito de sódio variou, para a variedade Ariete (8,93-12,6 ppm), Ceres (5,07-10,5 ppm), genótipo OP1505 (5,24-9,98 ppm) e OP1509 (4,33-10,1 ppm).

Aponte-se que as diferentes concentrações obtidas para os diferentes elementos minerais quando se utilizam técnicas de fluorescência por raios X ou espetrofotometria de absorção atómica, resultaram essencialmente de quatro fatores: a) diferentes métodos de preparação das amostras (desidratação ou digestão ácida) para subsequente quantificação dos elementos; b) heterogeneidade no processo de enriquecimento das amostras em Se (que irão determinar diferentes índices nas relações sinérgicas e antagónicas nos elementos minerais das amostras), pois durante o processo de pulverização a quantidade de selenato ou selenito de sódio que incide em cada planta poderá variar de forma substancial (o que determinará teores parcialmente diferenciados nas amostras do mesmo tratamento e que assim irão ser detetados durante o processo de quantificação); c) estando a absorção de Se condicionada pelos fatores ambientais (vento, temperatura, radiação solar, humidade do ar, etc.), diferentes graus de exposição das amostras de cada tratamento a estes fatores abióticos, pode favorecer a desidratação da solução de selenato ou selenito de sódio pulverizada numas amostras em detrimento de outras (num mesmo tratamento), condicionando assim a absorção de selénio; d) diferentes limites de deteção e quantificação em cada uma das técnicas utilizadas.

Considerando que a biofortificação em selénio se traduz no desenvolvimento de um produto para consumo humano com características funcionais no plano fisiológico (nomeadamente prevenção face à ocorrência de doenças cardíacas, declínio congnitivo, perturbações do metabolismo da tiroide, vários tipos de cancros, às doenças Keshan e Kaschin-Beck…), constatou-se que, uma eventual transformação no sector agro-industrial, deverá considerar-se que nas variedades Ariete, Ceres, OP1505 e OP1509, o Se parece predominar. A utilização do sistema μ-EDXRF M4 Tornado ™ permitiu determinar as oscilações na acumulação de elementos minerais, com especial incidência no Se. Os níveis totais de Se no grão integral oscilaram entre 0-17,06 ppm, 0-14,28 ppm, 0,248-14,29 ppm e 0-10,99 ppm (ambos os tratamentos com selenito) nas cultivares Ariete, Ceres, OP1505 e OP1509, respetivamente. No grão branqueado, os teores de Se mais elevados foram observados no tratamento com selenato (exceto na linha OP1509 que prevalece a aplicação de selenito). Os micro e macroelementos nutricionais subsistiram ainda de variações apreciáveis na acumulação tecidular nos grãos de arroz de ambas as variedades utilizadas.

Relativamente à quantificação de proteína, comparando farinha integral e refinada, os valores mais elevados foram registados na primeira. Na farinha integral verificaram-se alterações significativas no tratamento com selenato quando comparado com o controlo (exceto no genótipo OP1509) sendo que a percentagem mais elevada foi obtida na variedade Ariete com o tratamento de selenito. Verificou-se que, na farinha refinada, subsistiram alterações significativas também no mesmo tratamento (exceto genótipo OP1505) com o maior valor registado também em Ariete no tratamento com selenito. A aplicação de ambas as formas no âmbito da biofortificação incrementou a percentagem proteica na variedade Ariete (ambas as farinhas), no genótipo OP1505 (farinha refinada) e OP1509 (ambas as farinhas) com especial destaque para a o tratamento com selenito. Equacionando as características físicas e químicas dos grãos à colheita, verificou-se que o peso e a densidade média, não variaram significativamente entre os tratamentos das variedades Ariete e Ceres bem como dos genótipos OP1505 e OP1509. O peso de mil grãos (PMG) mostrou-se concordante com a literatura, grão com casca apresentou maior peso e grão branqueado o menor peso.

A análise colorimétrica do grão e farinha de arroz, de acordo com a escala CIELAB, evidenciou maioritariamente a inexistência de variações significativas nos parâmetros L*, a* e b*. O brilho/luminosidade registou valores superiores a 54 o que revela amostras claras, em particular no grão e farinha de grão branqueado. Efetuando a análise colorimétrica de varrimento na região espectral do visível (450-650 nm), não se quantificaram, no espectro de radiação do visível, variações apreciáveis na transmitância colorimétrica do grão e farinhas de arroz entre os diferentes tratamentos, verificando-se um pico de absorvência nos 550 nm, que denota a tendência para a cor amarela, e um pico a 650 nm, com tendência para a cor vermelha.

Para ambas as variedades e genótipos não se verificaram diferenças significativas das percentagens de teor de cinzas entre as aplicações de diferentes concentrações de selenato e selenito.

Considerando os parâmetros analisados, os dados sugerem que no próximo ano de ensaio, se deve efetuar um delineamento experimental que considere a aplicação no campo experimental dos seguintes tratamentos em maior área de cultivo: controlo e 300g Se.ha-1 , tendo em conta que a dose de 500g Se.ha-1 apresenta efeitos fitotóxicos na planta, (mantendo 3 aplicações de selenato e selenito de sódio).

Relatório Técnico - Campanha 2020

A campanha agrícola do ano 2020 decorreu entre 02 de Junho e 15 de Outubro (variedade Ceres), entre 02 de Junho e 09 de Outubro (variedade Lusitano), entre 12 de Junho e 09 de Outubro (variedade Ariete) e entre 12 de Junho e 15 de Outubro (linhas avançadas OP1509 e OP1507). Considerando a influência do clima no processo de biofortificação em Selénio (Se), no campo experimental subsistiram fatores atípicos na região, não sendo de excluir algum efeito prejudicial no metabolismo de acumulação de Se nos grãos. O período de ensaio foi caracterizado por uma temperatura média máxima de 30oC e média mínima de 21,8oC, sendo os valores máximo e mínimo registados 40,5oC e 14,8oC, respetivamente. A humidade máxima do ar registada foi de 92 % e a mínima de 19 %, sendo a humidade média relativa 66 %. Durante a campanha agrícola choveram 25,1 mm (com um máximo diário de 7 mm), a que corresponde a média diária 0,18 mm.

O itinerário técnico de biofortificação em Se adotou o conjunto de ações usuais na cultura de arroz (variedades Ariete, Ceres, Lusitano, genótipos OP1509 e OP1507). Nos campos do COTArroz, em Salvaterra de Magos, e nos campos da Orivárzea SA (Murraceira e Estada), em Vila Franca de Xira, após sementeira, efetuam-se 3 aplicações folheares com selenito de sódio (0 e 300g Se.ha-1). Dos resultados apresentados, pode concluir-se que é possível aplicar a dose de Se, na forma de selenito, até 300g Se.ha-1. No que toca à aplicação de selenito de sódio numa só dose de 300 g Se ha-1, respeitante ao funcionamento da maquinaria fotossintética (e à taxa de fotossíntese), a variedade Ariete não revelou impactos negativos, enquanto a variedade Ceres mostrou um decréscimo de Pn (em duas datas de avaliação), sendo as plantas da linha OP1509 as que apresentaram maiores decréscimos de Pn (neste caso, em todas as datas de avaliação), apesar da ausência de efeitos relevantes nos parâmetros de fluorescência (que dão conta da eficiência da maquinaria fotossintética) nas duas últimas cultivares. A ligação destes dados de ecofisiologia com, por um lado, a acumulação de Se obtida no grão de arroz e, por outro lado, a produtividade e qualidade alcançada (nomeadamente a quantificação de outros minerais, como o Zinco, e sua interação com o Se), foram determinantes para perceber que estes impactos negativos detetados ao nível do funcionamento fotossintético foram negligíveis.

À colheita o índice de biofortificação média (considerando a totalidade dos grãos, com aferição por espetrofotometria de fluorescência de raios-X) em Se variou nas diferentes cultivares e nos diferentes tratamentos. Perante aplicação de selenito de sódio, o incremento do teor de Se oscilou, para as variedades Ariete entre 3,2; 7,0 e 4,9 vezes, Ceres entre 3,1; 3,5 e 2,2 vezes, Lusitano entre 5,0; 3,2; 4,5 vezes, nas linhas avançadas OP1509 entre 3,6; 2,5;2,0 vezes e em OP1507 entre (3,7; 3,1 e 6,4 vezes) em grão com casca, integral e branqueado, respetivamente. Aponte-se que as diferentes concentrações obtidas para os diferentes elementos minerais quando se utilizam técnicas de fluorescência por raios-X ou espetrofotometria de absorção atómica, resultaam essencialmente de quatro fatores: a) diferentes métodos de preparação das amostras (desidratação ou digestão ácida) para subsequente quantificação dos elementos; b) heterogeneidade no processo de enriquecimento das amostras em Se (que irão determinar diferentes índices nas relações sinérgicas e antagónicas nos elementos minerais das amostras), pois durante o processo de pulverização a quantidade de selenito de sódio que incide em cada planta poderá variar de forma substancial; c) estando a absorção de Se condicionada pelos fatores ambientais (vento, temperatura, radiação solar, humidade do ar entre outros), diferentes graus de exposição das amostras de cada tratamento a estes fatores abióticos, pode favorecer a desidratação da solução de selenito pulverizada numas amostras em detrimento de outras (num mesmo tratamento), condicionando assim a absorção de Se; d) diferentes limites de deteção e quantificação em cada uma das técnicas utilizadas. Considerando que a biofortificação em Se se traduz no desenvolvimento de um produto para consumo humano com características funcionais no plano fisiológico (nomeadamente prevenção face à ocorrência de doenças cardíacas, declínio congnitivo, perturbações do metabolismo da tiroide, vários tipos de cancros, às doenças Keshan e Kaschin-Beck…), constatou-se que, uma eventual transformação no sector agro-industrial, deverá considerar que nas variedades Ariete, Ceres, Lusitano, OP1509 e OP1507, o Se parece predominar. A utilização do sistema μ-EDXRF M4 Tornado ™ permitiu determinar as oscilações na acumulação de elementos minerais, com especial incidência no Se. Na variedade Ariete os níveis totais de Se no grão integral oscilaram entre 1,551-10,91 mg.kg-1 enquanto no grão branqueado variaram entre 1,138 – 5,632 mg.kg-1. Na variedade Ceres os valores de Se oscilaram entre 1,609 – 5,558 mg.kg-1 e 0,920 – 2,004 mg.kg-1 nos grãos integral e branqueado, respetivamente. Nas linhas avançadas OP1509 os teores de Se oscilaram na farinha integral entre 2,099 – 5,351 mg.kg-1 e no grão integral entre 1,221 – 2,478 mg.kg-1 enquanto em OP1507 variou entre 2,326 – 7,322 mg.kg-1 no grão integral e 1,226 – 7,821 mg.kg-1 no grão branqueado.  Na variedade Lusitano os teores de Se no grão integral variaram entre 2,652 – 8,467 mg.kg-1 e entre 1,159 – 5,229 mg.kg-1 no grão branqueado. Nos micro e macroelementos nutricionais subsistiram ainda algumas variações apreciáveis da acumulação tecidular nos grãos de arroz de ambas as variedades utilizadas. Relativamente à quantificação de proteína, comparando farinha integral e refinada, os valores mais elevados foram registados na primeira. Na farinha integral verificaram-se alterações significativas nas variedades Ariete, Ceres, Lusitano e na linha avançada OP1509. Verificou-se que, na farinha refinada, subsistiram alterações significativas na variedade Ceres, Lusitano e linha avançada OP1509. A aplicação de selenito no âmbito da biofortificação incrementou a percentagem proteica nas variedades Ariete e Ceres (farinhas integrais). Equacionando as características físicas e químicas dos grãos à colheita, verificou-se que o peso de mil grãos (PMG) variou significativamente entre os tratamentos no grão com casca da linha avançada OP1509 e no grão integral da variedade Lusitano o que sugere que a aplicação de Se pode promover o aumento do peso. A análise colorimétrica do grão e farinha de arroz, de acordo com a escala CIELAB, evidenciou a subida do brilho/luminosidade (L) à medida que se adicionou processamento industrial nos grãos e respetivas farinhas. No grão integral esse parâmetro oscilou entre 59,54 – 66,20 e na farinha integral entre 73,94 – 80,82 prevalecendo a tendência de a* para valores positivos do parâmetro b*, tonalidade amarela. No grão e farinha refinada o parâmetro L oscilou entre 65,34 – 70,90 e 82,06 – 85,43, respetivamente. Manteve-se a tendência para valores do parâmetro b* positivos. Efetuando a análise colorimétrica de varrimento na região espetral do visível (450-650 nm), não se quantificaram, variações apreciáveis na transmitância colorimétrica do grão e farinhas de arroz entre os diferentes tratamentos, verificando-se um pico de absorvência nos 550 nm, que denota a tendência para a cor amarela, e um pico a 650 nm, com tendência para a cor vermelha. Para ambas as variedades e genótipos não se verificaram diferenças significativas nas percentagens de teor de cinzas entre controlo e aplicação de Se, exceto na linha avançada OP1509. Da avaliação do parâmetro de qualidade (MDA) resulta que na variedade Ariete não se verificaram alterações significativas após 1, 3 e 6 meses de conservação, no entanto, nas variedades Ceres, Lusitano e nas linhas avançadas OP1507 e OP1509 foram registadas alterações significativas, comparativamente ao controlo. Considerando o ensaio em sistema scale-up e os parâmetros analisados, os dados sugerem que é possível a aplicação de 300g Se.ha-1, na forma de selenito de sódio em 3 momentos do ciclo produtivo, permitindo a biofortificação do grão de arroz sem apresentar efeitos fitotóxicos na planta.

Publications

Marques, A.C.; Lidon, F.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Simões, M.; Campos, P.S.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Guerra, M.; Leitão, R.G.; Bagulho, A.; Moreira, J.; Legoinha, P.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.N.; Lourenço, P.; Silva, C.; Silva, M.M.; Oliveira, K.; Pais, I.P.; Reboredo, F.H. Elemental Composition and Implications on Brown Rice Flour Biofortified with Selenium. Plants 2023 (submetido)

 Marques, A.C.; Lidon, F.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Luís, I.C.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Galhano, G.; Guerra, M.; Leitão, R.; Legoinha, P.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.; Rodrigues, A.P.; Marques, P.; Silva, C.; Ribeiro, A.; Silva, M.J.; Silva, M.M.; Oliveira, K.; Ferreira, D.; Pais, I.; Reboredo, F.H. Effect of Rice Grain (Oryza sativa L.) Enrichment with Selenium on Foliar Leaf Gas Exchanges and Accumulation of Nutrients. Plants 2021, 10, 288. Doi:10.3390/plants10020288

Marques, A.C.; Lidon, F.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Luís, I.C.; Scotti-Campos, P.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Legoinha, P.; Pessoa, M.F.; Galhano, C.; Guerra, M.A.M.; Leitão, R.G.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Bagulho, A.; Moreira, J.; Rodrigues, A.P.; Marques, P.; Silva, C.; Ribeiro-Barros, A.; Silva, M.J.; Silva, M.M.; Oliveira, K.; Ferreira, D.; Pais, I.P.; Reboredo, F.H. Quantification and Tissue Localization of Selenium in Rice (Oryza sativa L., Poaceae) Grains: A Perspective of Agronomic Biofortification. Plants 2020, 28, 9(12), 1670. Doi:10.3390/plants9121670. PMID: 33260543; PMCID: PMC7760205.

ARTIGOS EM REVISTAS NACIONAIS:

 Marques, A.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Campos, P.S.; Guerra, M.; Leitão, R.; Reboredo, F.H.; Legoinha, P.; Pessoa, M.F.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Pais, I.P.; Kullberg, J.C.; Brito, M.; Silva, M.; Leitão, A.; Silva, M.J.; Rodrigues, A.; Palha, L.; Silva, C.; Lidon F.C. Biofortificação de arroz (Oryza sativa L.) em Selénio como estratégia diferenciadora de valorização do grão. Secção Inovação. Revista Frutas, Legumes e Flores 2023, 68-70

 Marques, A.C.; Almeida, A.S.; Luís, I.C.;  Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C; Daccak, D.; Ferreira, D.; Simões, M.; Campos, P.S.; Guerra, M.; Leitão, R.; Reboredo, F.H.; Legoinha, P.; Pessoa, M.F.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Pais, I.P.; Kullberg, J.C.; Brito, M.; Silva, M.; Leitão, A.; Silva, M.J.; Rodrigues, A.; Palha, L.; Silva, C.; Lidon, F.C. "Biofortificação de arroz (Oryza sativa L.) em Selénio: Um exemplo de sucesso na lezíria ribatejana". Agriterra - Informação profissional para a agricultura portuguesa 2022, 7

 Menção do projeto na Revista Frutos, Legumes e Flores de Agosto / Setembro 2022, edição 233, com o título “Grupos Operacionais Abordam Biofortificação de Hortofrutícolas” redigido por Carlos Afonso da revista FLF.

 POSTER EM SIMPOSIO NACIONAL:

 Marques, A.C.; Vilhena, M.; Oliveira, K.; Lidon, F.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A. Identificação e caracterização do perfil nutricional de farinha de arroz biofortificada em selénio destinada a produtos baby food. 5º Simpósio de Produção e Transformação de Alimentos em Ambiente Sustentável, Instituto Politécnico de Beja (IPBeja)

POSTER EM CIMEIRA NACIONAL:

 Lidon, F.C.; Marques, A.C.  Go - Fortificação de Arroz em Selénio. Cimeira Nacional de Agroinovação 2022 (CNAI), Centro Nacional de Exposições (CNEMA), Santarém

 

PROCEEDINGS resultantes de divulgação em encontros técnico-científicos:

 Marques, A.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Almeida, A.S.; Campos, P.S.; Simões, M.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Ramalho, J.C.; Silva, M.M.; Marques, P.; Legoinha, P.; Pais, I.P.; Oliveira, K.; Lidon, F.C. Comparison between Varieties of Rice (Oryza sativa L.) Produced in Portugal—Mineral and Quality Analysis. Chem. Proc. 2022, 10, 46. https://doi.org/10.3390/IOCAG2022-12185

Marques, A.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Galhano, C.; Ramalho, J.C.; Palha, L.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Oliveira, K.; Pais, I.P.; Lidon, F.C. A Case Study on Minerals Interaction in the Soil and Se Enrichment in Rice (Oryza sativa L.). Biol. Life Sci. Forum 2022, 11, 24. https://doi.org/10.3390/IECPS2021-11953

 Marques, A.C.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Campos, P.S.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Kullberg, J.C.; Brito, M.G.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Oliveira, K.; Pais, I.P.; Lidon, F.C. Monitorization through NDVI of a Rice (Oryza sativa L.) Culture Production in Ribatejo Region. Chem. Proc. 2022, 10, 3. https://doi.org/10.3390/IOCAG2022-12170

 Marques, A.C.; Pessoa, C.C.; Coelho, A.R.F.; Luís, I.C.; Daccak, D.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Guerra, M.; Leitão, R.G.; Ramalho, J.C.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Pais, I.P.; Lidon, F. Rice (Oryza sativa L.) Biofortification with Selenium: Enrichment Index and Interactions among Nutrients. Biol. Life Sci. Forum 2021, 4, 39. https://doi.org/10.3390/IECPS2020-08701

Marques, A.C.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Caleiro, J.; Campos, P.S.; Almeida, A.S.; Simões, M.; Brito, M.G.; Kullberg, J.C.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Pais, I.; Lidon, F.C. Precision Agriculture as Input for the Rice Grain (Oryza sativa L.) Biofortification with Selenium. Biol. Life Sci. Forum 2021, 3, 37. https://doi.org/10.3390/IECAG2021-10019

CAPÍTULOS DE LIVROS:

 Marques, A.C.; Pessoa, C.C.; Coelho, A.R.F.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.; Guerra, M.; Leitão, R.; Galhano, C.; Ramalho, J.C.; Marques, P.; Bagulho, A.; Moreira, J.; Silva, M. M.; Legoinha, P.; Pais, P.; Lidon, F. C. Agronomic biofortification in Se of Oryza sativa L.: Food quality control for baby food products In: da Costa Sanches Galvão J.R. et al. (eds) Proceedings of the 1st International Conference on Water Energy Food and Sustainability (ICoWEFS 2021). ICoWEFS 2021. Springer, Cham. 2021, 155-163. ISBN 978-3-030-75315-3.  https://doi.org/10.1007/978-3-030-75315-3_18

 

ABSTRACTS PUBLICADOS EM REUNIÕES TÉCNICO CIENTíFICAS:

Publicação no livro de resumos da conferência “1st International Online Conference on Agriculturae – Advances in Agricultural Science and Technology (IOCAG 2022)” Marques, A.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Almeida, A.S.; Campos, P.S.; Simões, M.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Ramalho, J.C.; Silva, M.M.; Marques, P.; Legoinha, P.; Pais, I.P.; Oliveira, K.; Lidon, F.C. Comparison between Varieties of Rice (Oryza sativa L.) Produced in Portugal - Mineral and Quality Analysis.

 Publicação no livro de resumos da conferência “2st International Electronic Conference on Plant Science (IECPS 2021)” Marques, A.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Galhano, C.; Ramalho, J.C.; Palha, L.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Oliveira, K.; Pais, I.P.; Lidon, F.C. A Case Study on Minerals Interaction in the Soil and Se Enrichment in Rice (Oryza sativa L.).

Publicação no livro de resumos da conferência “1st International Online Conference on Agriculturae – Advances in Agricultural Science and Technology (IOCAG 2022)” Marques, A.C.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Campos, P.S.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Kullberg, J.C.; Brito, M.G.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Oliveira, K.; Pais, I.P.; Lidon, F.C. Monitorization through NDVI of a Rice (Oryza sativa L.) Culture Production in Ribatejo Region.

Publicação no livro de resumos da conferência “1st International Electronic Conference on Plant Science (IECPS 2020)” Marques, A.C.; Pessoa, C.C.; Coelho, A.R.F.; Luís, I.C.; Daccak, D.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A.S.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.H.; Guerra, M.; Leitão, R.G.; Ramalho, J.C.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Pais, I.P.; Lidon, F. Rice (Oryza sativa L.) Biofortification with Selenium: Enrichment Index and Interactions among Nutrients. 

Publicação no livro de resumos da conferência “1st International Electronic on Agronomy (IECAG 2021)” Marques, A.C.; Pessoa, C.C.; Daccak, D.; Luís, I.C.; Coelho, A.R.F.; Caleiro, J.; Campos, P.S.; Almeida, A.S.; Simões, M.; Brito, M.G.; Kullberg, J.C.; Pessoa, M.F.; Reboredo, F.; Ramalho, J.C.; Semedo, J.M.N.; Marques, P.; Silva, M.M.; Legoinha, P.; Pais, I.; Lidon, F.C. Precision Agriculture as Input for the Rice Grain (Oryza sativa L.) Biofortification with Selenium. 

Publicação no livro de resumos do simpósio “5º Simpósio de Produção e Transformação em Ambiente Sustentável” Marques, A.C.; Vilhena, M.; Oliveira, K.; Lidon, F.; Campos, P.S.; Simões, M.; Almeida, A. Identificação e caracterização do perfil nutricional de farinha de arroz biofortificada em selénio destinada a produtos baby food. Livro de resumos: https://eventos.fct.unl.pt/5-simposio_prod-trns-amb-sustentavel/pages/inicio-0