A antiga licenciatura em Engenharia Civil compreendia um currículo dividido por cinco anos letivos. Como é do conhecimento geral, a partir da implementação do acordo de Bolonha ao nível do Ensino superior Europeu, a licenciatura em Eng. Civil passou a ser atribuída após a conclusão de currículos distribuídos por três anos. Mas apenas o nome da licenciatura tem correspondência. Obviamente, nem todas as competências que eram adquiridas nas licenciaturas antigas continuam a ser adquiridas nas licenciaturas atuais.
Atualmente as licenciaturas são atribuídas em Ciências da Engenharia – com a conclusão dos três primeiros anos de Mestrados Integrados em Engenharia Civil - ou em Engenharia Civil - em cursos que apenas correspondentes a três anos curriculares. Nestes cursos, geralmente com uma vertente mais prática, muitas das competências de um Engenheiro Civil não são adquiridas (mesmo que por vezes surjam nos currículos unidades curriculares com a mesma designação) devido ao grau de profundidade com que os temas são analisados e discutidos não poder ser comparável.
Por outro lado, no contexto nacional (e internacional) atual da engenharia civil, as necessidades da Sociedade alteraram-se: as necessidades de construção nova que se fizeram sentir há algumas décadas foram maioritariamente já satisfeitas no mundo Ocidental, os requisitos de qualidade dos utilizadores dos edifícios aumentaram, os países emergentes e ainda com muitas necessidades de construção nova assimilaram esse mais alto patamar de requisitos de qualidade. Assim a necessidade de construção em massa foi substituída pela necessidade de proceder a construção com mais qualidade e durabilidade, cumprindo requisitos mais exigentes, sempre que possível com menores impactes para o ambiente. Não menos importante, e também relacionado com estes últimos aspetos, é cada vez mais premente a necessidade de proceder à manutenção, reparação, conservação e reabilitação do parque edificado já construído.
Mas as intervenções no parque edificado construído, para serem éticas, duráveis e ecoeficientes, necessitam de conhecimentos específicos e aprofundados, nomeadamente ao nível da física da construção, da ética e regulamentação das intervenções, e obviamente de aspetos mais diretamente ligados às tecnologias de reparação, reabilitação e reforço.
É, assim, no sentido de dotar os licenciados atuais com mais amplas e atualizadas competências que lhes permitam atuar no mercado da Construção, a nível nacional ou internacional, que o Mestrado em Engenharia Civil – Reabilitação de Edifícios está estruturado.
Se este complemento de formação ou actualização de competências lhe interessa, esperamos por si!
Paulina Faria, Profª Associada